Guardo em mim o ruído das pás dos aerogeradores, enquanto esperava que ela me dissesse que podia descer a serra. Podiam ser cinco minutos ou podia ser meia hora, não interessava, era tempo em que ficava entregue aos meus pensamentos até o telemóvel em silêncio se iluminar e no ecrã surgir a mensagem que era o momento de estarmos juntos.
No escuro da noite, hipnotizado pelo ritmo a que giravam as pás dos moinhos do nosso tempo, confesso que muitas vezes me julguei a mim mesmo... no entanto a paixão superou sempre o peso na consciência. Quando a porta se abria e nos seus braços caía, éramos transportados para um mundo paralelo onde só nós existíamos.
Guardo em mim esse som... e não evito sorrir sempre que o oiço.
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